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Foto do escritorOdir Pedroso

Região onde jornalista canadense foi agredido tem conflito há 10 anosPorRedação10:32 - 25/11/2023

25/11/2023


Casal prestou queixa na Polícia Civil de Amambai. — Foto: Reprodução


O conflito no território Pyelito Kue/Mbaraka’y, em Iguatemi, região sul de Mato Grosso do Sul, já dura mais de 10 anos pela posse de área que foi delimitada como terra indígena pelo grupo de trabalho da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2013. Nesta semana, o jornalista canadense Renaud Philippe, a cineasta e antropóloga Ana Carolina Mira Porto e o engenheiro florestal Renato Farac foram vítimas dessa disputa.

Por causa da agressão sofrida por eles, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que está em Mato Grosso do Sul, solicitou reforço policial da Força Nacional para a região.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Ana Carolina e Renaud trabalham há dois anos em um fotodocumentário sobre a luta guarani-kaiowá pela demarcação de terras, registrando acampamentos, territórios e retomadas.

Terrosismo

Em entrevista, Renaud e Ana Carolina relembraram a sequência de agressões sofridas. O fotojornalista canadense teve o cabelo cortado com uma faca pelos suspeitos. Ana Carolina foi jogada ao chão e agredida psicologicamente de forma constante.

As vítimas estavam em Mato Grosso do Sul para produzir um documentário sobre o conflito fundiário entre povos originários e produtores rurais. Além de Ana Carolina Porto e Renaud Philippe, o engenheiro florestal Renato Farac Galata, que intermediava a comunicação dos documentaristas com os indígenas locais, também foi agredido.

Renaud foi fortemente agredido pelos suspeitos. No corpo, vários hematomas estão espalhados. No cabelo é possível ver que um tufo foi arrancado à força, segundo a vítima.

“Quando chegamos tinham 30 pessoas, várias caminhonetes. Algumas pessoas falaram que ia ficar perigoso quando chegássemos. Quando íamos entrar no carro, já entraram essas pessoas encapuzadas e começaram a agredir a gente. Começaram a tirar as nossas coisas do carro, pegar as câmeras e tudo. Nós nos identificamos como jornalistas”, detalhou o fotojornalista canadense.A lembrança das agressões ainda são frescas na memória da cineasta e antropóloga Ana Carolina. Para a vítima, a violência chocou e a deixou com estresse pós-traumático.

No Boletim de Ocorrência consta que os suspeitos teriam roubado todos os equipamentos do casal. O prejuízo financeiro é de mais de 10 mil dólares, segundo as vítimas.

As investigações do caso devem seguir em parceria entre as Polícias Federal e Civil. Em nota, a Polícia Federal informou que acompanha o caso, diz ter feito diligências em locais próximos à aldeia e instaurado uma Notícia de Crime em Verificação (NCV).

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