Jornalista e ex-senador, Antonio João morre na CapitalEmpresário estava intubado na UTI do Hospital
Empresário estava intubado na UTI do Hospital do Coração após ter paradas cardíacas na manhã de domingo (17)
Por Gabriela Couto
19/09/2023
O empresário e ex-senador, Antonio João Hugo Rodrigues, morreu nesta segunda-feira (18) por complicações cardíacas. O jornalista que construiu a carreira à frente do jornal Correio do Estado, veículo prestes a completar 70 anos em Mato Grosso do Sul, leva consigo uma parte da história da comunicação em Mato Grosso do Sul.
Diabético e já operado do coração, Antonio João não resistiu a mais uma parada cardíaca nesta segunda-feira (18). Ele estava no Hospital do Coração, após ter sido atendido na Unimed. Há um mês, o jornalista havia passado por um cateterismo e na última quinta-feira (14), infartou.
A equipe médica pretendia fazer novo cateterismo, mas por dificuldades de acesso a veia, que estava muito fina, decidiu desobstruir a gordura em uma das válvulas do coração com medicação. No sábado (16), "AJ", como era chamado por alguns conhecidos, chegou a receber visitas e conversou com amigos.
Polêmico, o ex-sócio-proprietário do Grupo Correio do Estado era apaixonado por política. Chegou a exercer o mandato no Senado em 2006, por quatro meses, quando foi suplente do ex-senador Delcídio do Amaral.
Depois, participou ativamente do processo eleitoral, disputando os cargos de deputado estadual pelo PTB, em 2006, senador pelo PSD em 2014 e chegou a ser suplente de deputado estadual em 2018, pelo PTC.
Era dono da cadeira nº 13 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, a mesma que o pai e também jornalista, José Barbosa Rodrigues, já tinha ocupado. Tinha no currículo profissional um dos prêmios mais importantes da imprensa nacional. Quando era repórter do jornal O Estado de S. Paulo, foi laureado com Prêmio Esso de Jornalismo, em 1976.
Quando repórter, se aventurava como fotojornalista e cobria o campeonato esportivo na época de ouro do futebol sul-mato-grossense. Ao assumir o comando do jornal fundado pelo pai, AJ participou ativamente da articulação política do Estado e da Capital.
Homens públicos frequentavam o último andar do prédio do Correio do Estado, onde ficava o famoso "Cafofo", local de encontros para conversas e almoços. Nos últimos anos, se afastou da empresa e se dedicou a sua paixão por orquídeas.
Antonio João estava sempre vestido de camiseta azul ou branca. Apesar de ter feito muitos amigos e inimigos, tinha preferência pela solidão ao lado do cão “Fiote”. Ajudava muitas famílias carentes no anonimato e foi sem “papas na língua”, até o último dia de vida.
O velório será realizado das 10h às 12h, no Cemitério Memorial Park, na Rua Francisco dos Anjos, 442, no Bairro Universitário. O corpo será levado para Araçatuba (SP), onde será cremado. As cinzas serão jogadas no Rio Paraguai, pedido que havia sido por ele aos familiares
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