Evento faz memória dos 40 anos do assassinato de Marçal de SouzaAtividades em memória da vida e da
Evento faz memória dos 40 anos do assassinato de Marçal de Souza
Atividades em memória da vida e da luta da liderança guarani e kaiowá ocorre até 25 novembro .Por Thailla Torres | 24/11/2023
Marçal de Souza Tupã-i discursa ao papa João Paulo II, em Manaus, em 1980. Foto: Paulo Suess/Cimi
No dia 25 de novembro completam-se quatro décadas do brutal assassinato que tentou silenciar uma das mais importantes vozes indígenas do país: foi naquele dia, no ano de 1983, que Marçal de Souza Tupã’i, liderança guarani e kaiowá, foi assassinado em sua casa, na aldeia Campestre, no município de Antônio João (MS), com cinco tiros.
Para celebrar sua luta e sua memória, o evento “Marçal, presente: memória dos 40 anos do assassinato de Marçal de Souza Tupã’i” é realizado até o dia 25 de novembro, com atividades distribuídas entre os municípios de Caarapó e Dourados (MS).
Reencontro simbólico e ato por Damiana
Em 1980, em Manaus (AM), o líder Guarani Nhandeva discursou ao Papa São João Paulo II, denunciando a dura realidade não só de seu povo, mas de todos os povos indígenas do Brasil. Foi um momento decisivo para a causa indígena.
Quarenta anos depois, os guarani e kaiowá receberão uma carta enviada pelo atual pontífice, Papa Francisco, em resposta a uma manifestação entregue a ele em maio deste ano. A carta, destinada à Aty Guasu, será entregue simbolicamente pelo bispo de Dourados, Dom Henrique Aparecido de Lima, representando a Igreja local, à Assembleia Geral dos Kaiowá e Guarani, no tekoha Kunumi Vera, em Caarapó, nesta sexta-feira (24)
Hoje, também será realizado um ato em memória a liderança que faleceu recentemente, Damiana Cavanha, no tekoha Apyka’i. Em Dourados, no final da tarde, o grupo Teatro Imaginário Maracangalha apresentará a Memória martirial encenada: Vida e história de Marçal Tupã’i.
À noite será encerrado com a Missa da Terra Sem Males, na catedral de Dourados, celebrada a partir das 18h30, por Dom Leonardo Ulrich Steiner, cardeal-arcebispo de Manaus e presidente do Cimi, e concelebrada por Dom Henrique Aparecido de Lima, bispo de Dourados.
A missa é uma reedição da celebração realizada originalmente em 1979, que foi um marco na redefinição da relação entre a Igreja Católica e os povos indígenas. A missa simbolizou o reconhecimento do genocídio e do etnocídio praticado ao longo de cinco séculos contra os povos originários e a afirmação do compromisso com o respeito e o apoio da Igreja à causa indígena.
A missa em homenagem a Marçal terá a participação de Martin Coplas, compositor argentino que musicou a celebração original, em 1979.
O dia 25 de novembro será marcado por uma série de atividades de debate e discussão sobre o legado de Marçal, a luta por justiça e pela demarcação dos territórios indígenas Kaiowá e Guarani no Mato Grosso do Sul.
À tarde, o evento será encerrado com o ato Tekoporaha: memória, luta e resistência de Marçal de Souza, realizado na casa de Marçal na aldeia Jaguapiru, Reserva Indígena de Dourados.
Confira a programação completa
Dia 24/11
Aty Guasu – entrega da carta do Papa Francisco aos Kaiowá e Guarani
Horário: 8h
Local: Tekoha Kunumi Vera, Caarapó (MS)
Ato público: Apyka’ i Vive! Damiana Presente!
Horário: 11h30
Local: Tekoha Apyka’i, rodovia MS-463
Tarde formativa
Missão junto aos povos indígenas em tempos de sinodalidade
Horário: 14h
Local: Instituto Pastoral da Diocese de Dourados (IPAD)
Memória martirial encenada: Vida e história de Marçal Tupã’i
Encenado pelo grupo Teatro Imaginário Maracangalha
Horário: 18h
Local: Praça central Antônio João, Dourados (MS)
Celebração da Missa da Terra Sem Males
Celebrada por Dom Leonardo Ulrich Steiner, cardeal-arcebispo de Manaus e presidente do Cimi, e por Dom Henrique Aparecido de Lima, bispo de Dourados
Horário: 18h30
Local: Catedral de Dourados (MS)
Dia 25/11
Resistência e memória: Marçal 40 anos, presente!
Abertura
Reza tradicional dos Nhanderu e Nhandesy Kaiowá e Guarani
Horário: 8h
Local: Cine-auditório Central, Unidade 1, UFGD
Mesa de debate
Marçal: história, presença e futuro nas lutas indígenas
Participantes:
Edina de Souza, filha de Marçal de Souza
Teodora de Souza, sobrinha de Marçal
Inaye Kaiowá
Jorge Kaiowá, liderança do tekoha Pirakua
Horário: 8h30
Local: Cine-auditório Central, Unidade 1, UFGD
Mesa de debate
Justiça por Marçal e para os mártires da causa Guarani
Participantes:
Paulo Suess, assessor teológico do Cimi
Egydio Schwade, membro-fundador do Cimi
Marco Antonio Delfino, integrante do Ministério Público Federal (MPF/MS)
Egon Heck, membro-fundador do Cimi
Horário: 10h30
Local: Cine-auditório Central, Unidade 1, UFGD
Tekoporaha: memória, luta e resistência de Marçal de Souza
Horário: 14h
Local: Casa do Marçal de Souza na aldeia Jaguapiru, Reserva Indígena de Dourados -
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