Com caixa “no vermelho”, Alan busca alternativas para pagar folha de dezembro
Prefeito anuncia corte de cargos comissionados e suspensão de pagamentos de prestadores de serviços
Em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (7), o prefeito Alan Guedes (PP) e parte da equipe administrativa do novo governo discorreram sobre a situação financeira da Prefeitura de Dourados e anunciaram algumas medidas emergenciais com a finalidade de encontrar o equilíbrio financeiro e, assim, poder cumprir obrigações como, por exemplo, a folha salarial do mês de dezembro, “prioridade neste momento”.
O prefeito afirmou que apesar de a administração anterior ter anunciado, no último dia do ano passado, que os recursos financeiros para o pagamento dos salários estavam assegurados e a folha já empenhada e liquidada, não há dinheiro suficiente para o pagamento integral da folha. Alan revelou que no relatório de transferência de cargo, assinado pela ex-prefeita Délia Razuk no dia 29 de dezembro, mencionava haver no caixa da prefeitura RS 13,6 milhões “informação, na realidade truncada, considerando que recebemos o caixa da prefeitura, efetivamente, no dia 4 de janeiro, com R$ 8,1 milhões, fundo insuficiente para pagar a folha salarial, hoje perto de R$ 31 milhões”.
O prefeito disse que a realidade encontrada pela equipe já compromete o planejamento financeiro de 2021 da gestão, responsável por 14 folhas no decorrer deste ano. Ele também não descartou a possibilidade do escalonamento dos salários. “Nossa prioridade é o servidor; pagar os salários é o objetivo primeiro neste momento. Para isso, vamos buscar meios, vamos mapear todas as fontes de recursos”, avisou, reafirmando que a transparência será a marca de sua gestão.
O auditor fiscal do Estado, Everson Cordeiro, que aguarda os trâmites burocráticos para ter oficializada a sua cedência à Prefeitura para assumir a Secretaria de Fazenda, disse que a equipe técnica convocada pelo prefeito Alan Guedes trabalha há dias na busca do equilíbrio financeiro do município, de maneira que o funcionalismo não seja prejudicado. “Os servidores não têm culpa. A nova administração, apesar de sua como característica de gestão técnica, trabalhará também com princípios humanos”, salientou.
Já o professor universitário Henrique Sartori, convidado a assumir a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica e também aguardando conclusão do processo de cedência, avaliou a situação da prefeitura hoje como grave, mas disse que apesar de ser uma missão árdua, os servidores não deverão ser penalizados. Ao anunciar medidas de austeridade, pediu aos vereadores presentes que exerçam a função de fiscais e ajudem a gestão a realizar o melhor trabalho por Dourados.
MEDIDAS
Algumas medidas emergenciais foram anunciadas na coletiva, como forma de encontrar o equilíbrio financeiro do município. A meta inicial da gestão é reduzir em pelo menos 30% os cargos em comissão, o que daria ao município uma economia mensal no valor aproximado de R$ 780 mil.
Outra medida é suspender, por um período de 90 dias, o pagamento DOS contratos com prestadores de serviços e, em alguns casos, a revisão desses contratos. O corte de 25% das despesas correntes também foi uma das metas anunciadas, visando a buscar a capacidade de investimento do município.
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