Cerca de 77% dos entregadores e motoristas de app não têm benefícios do INSS
07/02/2024
Nem todos os motoristas contribuem com o INSS. Crédito: Tero Vesalainen / iStock
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Entregadores de comida e motoristas por aplicativo são duas profissões que, mesmo sendo informais, tiveram muito crescimento nos últimos anos. Para se ter uma ideia, estima-se que tenha no Brasil 1 milhão de profissionais nessas áreas, mas nem todos contribuem com o INSS. Isso, de acordo com dados do IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Muito desse aumento se deve por causa da pandemia de coronavírus que o país (juntamente com o restante do mundo) enfrentou a partir de 2020. Só de 2021 para 2022, a alta registrada foi de 13,3%. Além disso, muitos decidem trabalhar como entregador ou motorista para complementar uma renda.
Falta de contribuição de motoristas com o INSS
Mas existe um grande problema que permeia ambas as categorias. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apenas 23% destes trabalhadores contribuem para a previdência social. Essa baixa participação cria uma situação de incerteza em todo o segmento.
Especialistas apontam que o ideal seria que todos contribuíssem. Isso está previsto na legislação, além de ser uma forma de garantir o direito daqueles que buscam ganhar a vida na informalidade.
MEI entra como concorrente
Os advogados afirmam que o MEI (Microempreendedor individual) entra como se fosse um concorrente. Ele é mais barato para o trabalhador, custando cerca de 5% do salário mínimo, enquanto a cobrança do INSS é de 20% em relação ao salário do profissional.
Só que os benefícios também são menores. Com o MEI, o motorista de app ou entregador de comida pode ter proteções como o auxílio-doença, por exemplo. Mas a forma de aposentadoria só é permitida quando a idade mínima for atingida. Não há possibilidade de escolher por tempo de contribuição.
Outro detalhe quando envolve o Microempreendedor Individual é a obrigação de declarar imposto de renda como pessoa jurídica. Além disso, se a pessoa decidir mudar de ramo, não pode encerrar as atividades. Esse tipo de obrigação acaba gerando uma dificuldade maior se o profissional não estiver atento.
Aposentadoria híbrida é alternativa
Nesse caso, a aposentadoria híbrida é uma ótima opção. Com ela, a pessoa pode fazer uma soma entre o tempo de trabalho rural e urbano para receber o benefício. Se faltar anos de contribuição, utiliza-se o período de trabalho rural. Então, os requisitos são esses:
Homens devem ter 65 anos no mínimo, com pelo menos 20 anos de contribuição.
Mulheres precisam ter 62 anos no mínimo, com pelo menos 15 anos de contribuição.
Então, quem já exerceu profissão na área rural e urbana pode escolher essa modalidade. Basta fazer as comprovações pedidas para conseguir se aposentar.
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