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Foto do escritorOdir Pedroso

Carnaval em terra indígena volta com alegria, luta e ancestralidade.Um dos momentos marcantes foi o batismo do "Bloco Ancestral Voro'pi - A Cura da Terra"


Por Thailla Torres | 13/02/2024

O evento foi marcado por uma atmosfera de alegria e integração. (Foto: @ronieloy)

Após mais de três décadas sem celebrar o Carnaval, o distrito de Taunay, localizado a 208 quilômetros de Campo Grande, reviveu a tradição festiva em grande estilo nos dias 9 e 10 de fevereiro. Com uma iniciativa voltada para resgatar a cultura e tradição no território indígena, o evento foi marcado por uma atmosfera de alegria e integração.

Segundo Val Eloy, uma das organizadoras do Carnaval, a festa foi verdadeiramente contagiante, com a participação de pessoas de todas as idades, tanto da comunidade local quanto de foliões não indígenas de diversas regiões, incluindo Campo Grande, Sidrolândia e Miranda.

Além disso, houve a presença notável do Ministério dos Povos Indígenas, com destaque para o secretário executivo Eloy Terena, que participou da folia em Taunay, acompanhado de outros membros do povo pataxó e kaigangue.

"Bloco Ancestral: Voro'pi A Cura da Terra", que tem como objetivo fortalecer a luta pelos direitos dos povos indígenas. (Foto: @ronieloy

Momento do batismo do "Bloco Ancestral: Voro'pi A Cura da Terra". (Foto: @ronieloy)

O primeiro dia de festa contou com apresentações do grupo de pagode 067, da DJ Bibbia e do grupo Estilo Terena, enraizado na tradição do povo terena. A noite também foi marcada pela presença de blocos como "Bloco das Maravilhas", "Bloco das Pokers" e o significativo "Bloco Ancestral: Voro'pi A Cura da Terra", que tem como objetivo fortalecer a luta pelos direitos dos povos indígenas.

Val ressalta a importância de combinar a celebração festiva com a conscientização sobre as questões enfrentadas pelos povos indígenas: "É dizer à sociedade que estamos sim em folia, mas sem esquecer que continuamos em lutas constantes por nossos direitos, e pelo direito de existir e resistir seja em luta ou na folia".

Outro ponto relevante abordado durante o Carnaval foi a valorização da identidade cultural indígena. "Que indígena não é fantasia", enfatiza Val, destacando que as roupas, pinturas e adornos, como os cocares de penas, são elementos fundamentais da identidade cultural dos povos indígenas e não devem ser tratados como simples fantasias.

Foram dois dias de festa contagiantes para os foliões. (Foto: @ronieloy)

Na segunda e última noite de Carnaval, as atividades iniciaram com um matinê dedicado às crianças, proporcionando momentos de diversão e envolvimento para os pequenos. O encerramento ficou por conta novamente da DJ Bibbia e do grupo Estilo Terena, garantindo uma conclusão vibrante para a festa.

"Acreditamos que nós, da organização Tumuné Ûti, Conveniência da Vânia e do Grupo Hana'iti Kipae, não só levamos alegria, mas também contribuímos para o desenvolvimento econômico dos comércios locais com esta folia. Foi um sucesso o Carnaval em Taunay, e mal podemos esperar pelo Carnaval de 2025", conclui Val, demonstrando o entusiasmo e a esperança para futuras celebrações.



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