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Foto do escritorOdir Pedroso

Eleições em Dourados podem ser marcadas por surpresa


Com sete nomes à disposição do eleitor, votos poderão ser divididos e assim tirar favoritismo na corrida à prefeitura

Por: Flávio Verão


As eleições municipais em Dourados para escolha do novo prefeito pode ser marcada por surpresa. São sete os candidatos oficializados em convenção e que ainda dependem de confirmação de registro da Justiça Eleitoral. Com nomes e perfis diversificados, os votos podem sair distribuídos, desbancando quem for apontado como favorito.

O deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha, do DEM, tem o apoio do governador Reinaldo Azambuja e congrega grandes partidos aliados, como PSDB e MDB. O vice é o ex-deputado Valdenir Machado. Há pouco mais de um ano Barbosinha colocou o nome como pré-candidato e veio construindo o projeto eleitoral. Nesse meio termo surgiram votações polêmicas na Assembleia Legislativa, de projetos do governo, de aumento de impostos e de reajuste na alíquota previdenciária de servidores públicos estaduais, a qual o deputado votou favorável.

Isso fez com que pesquisas o apontassem em um patamar estagnado, vindo a crescer somente quando o deputado estadual Marçal Filho (PSDB) confirmou que não disputaria as eleições. Embora nunca havia confirmado que era pré-candidato, Marçal vinha liderando as pesquisas.

Quem vem para brigar de frente com Barbosinha nas eleições é o vereador Alan Guedes (PP). Ele foi o primeiro a realizar convenção partidária e tem como vice o médico Carlos Augusto Moreira, o Guto (PL). Alan pode contar com o apoio da atual prefeita Délia Razuk, que até então havia suspense sobre uma eventual candidatura à reeleição. No entanto, como não está filiada em nenhum partido, ficou de fora do páreo. No ano passado a prefeita chegou a participar de ato de filiação no PTB, contudo o processo não teve homologação.

Sem compromisso com nenhum partido, a prefeita está livre para apoiar qualquer candidato. O apoio dela tem peso, já que há centenas de servidores contratados na administração municipal e que podem ser cabos eleitorais.

O eleitor que se identifica com a chamada "ala esquerda" terá como opção o Partido dos Trabalhadores (PT), que oficializou a candidatura do professor universitário João Carlos de Souza à prefeitura. A vice no partido é Lourdes Castro de Oliveira, quilombola e trabalhadora na agroecologia. O PT, que não disputa eleições municipais desde 2008, caminhará sozinho no pleito.

Na ala considerada conservadora, os eleitores contarão em Dourados com duas chapas, sendo a do PSL, que oficializou a candidatura do empresário Mauro Thronicke a prefeito e do vice João Fabiano Davansso; e do Republicanos, que oficializou candidato a prefeito o farmacêutico Racib Panage Harb. Ele tem como vice a instrutora de trânsito Dilvania Todescato.

Mauro é primo da senadora Soraya Thronicke, que tem sido alvo de crítica de bolsonaristas por votar contra projeto do governo federal e tecer crítica ao ministro Paulo Guedes. A rejeição a senadora pode respingar nas eleições em Dourados, já que Mauro tem usado a imagem da prima para alavancar o seu nome. Isso pode favorecer Racib, que se declara "candidato de direita" e tem como bandeira o combate a corrupção.

Pela primeira vez na história Dourados terá um candidato a prefeito indígena. O advogado Wilson Matos da Silva foi homologado pelo PTB na convenção partidária. De etnia terena e morador na aldeia Jaguapiru, tem o professor Léo como vice. A Reserva Indígena de Dourados tem mais de 17 mil moradores e até hoje só teve um representante eleito na política, que foi na Câmara Municipal, com o vereador Aguilera.

O sétimo a ser homologado em convenção à prefeitura de Dourados é o jornalista Jeferson Bezerra, do PMN. Ele tem como vice Messias de Souza. Jeferson tentou a Câmara Municipal na eleição passada, mas não foi eleito.

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