ONU pede mais financiamento para vacinas e tratamentos para COVID-19 no mundo
Líderes globais, incluindo mais de 30 chefes de Estado e ministros, enfatizaram seu compromisso com o rápido desenvolvimento e a produção de testes, medicamentos e vacinas para a COVID-19, que devem estar disponíveis para qualquer pessoa que precisar, em qualquer lugar.
Após reunião virtual na última quinta-feira (10), eles se comprometeram a defender os 35 bilhões de dólares ainda necessários para o Acelerador de Acesso às Ferramentas COVID-19 (ACT), de forma a cumprir a meta de produzir 2 bilhões de doses de vacinas, 245 milhões de medicamentos e 500 milhões de testes.
"Reconhecemos a urgência de catalisar uma mudança radical no apoio político e no financiamento do ACT-Accelerator, a fim de capacitá-lo a cumprir sua missão de acelerar a descoberta e implantação de novas ferramentas COVID-19 para todas as pessoas, em todos os lugares", disseram em um comunicado.
É necessário impulso ao financiamento
O ACT-Accelerator foi lançado em abril e até agora recebeu 2,7 bilhões de dólares, ou menos de um décimo do financiamento necessário.
O encontro virtual realizado na última quinta-feira marcou a reunião inaugural de seu Conselho Facilitador.
No seu discurso de abertura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu "um salto quântico no financiamento" para ajudar a colocar o mundo de volta aos trilhos.
"Agora, precisamos de 35 bilhões de dólares a mais para ir da configuração à escala e ao impacto. Há uma urgência real nesses números.
Sem aporte de 15 bilhões de dólares nos próximos três meses, começando imediatamente, perderemos a janela de oportunidade", alertou.
O ACT-Accelerator já apresentou retornos substanciais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), co-organizadora do encontro, ao lado da Comissão Europeia.
A agência da ONU informou que mais de 170 países estão agora engajados em um Centro de Vacinas COVID-19, um dos quatro pilares sob o acelerador. Dez vacinas candidatas estão sendo avaliadas, nove das quais estão em testes clínicos.
O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, defendeu a redução da lacuna de financiamento, já que a COVID-19 continua a ceifar quase 5 mil vidas por dia, no ritmo atual. Enquanto isso, a economia global deve se contrair em trilhões de dólares este ano.
"O financiamento total do ACT-Accelerator reduziria a pandemia e esse investimento seria pago rapidamente conforme a economia global se recuperar", disse ele.
O Conselho de Facilitação é co-presidido pelo presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e pela primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg.
Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a reunião inaugural do Conselho marcou um passo mais perto do objetivo de disponibilizar as ferramentas COVID-19 a todos que delas necessitam.
"A UE usará todo o seu poder de convocação para ajudar a manter o mundo unido contra o coronavírus", disse ela.
"Com a presidência da Noruega e da África do Sul representando o Norte e o Sul globais, e a experiência da OMS e de nossos parceiros internacionais, nenhum país ou região será deixado para trás nesta luta."