COVID-19: OMS alerta para nacionalismo da vacina e pede apoio para acesso justo
Artista na República Centro-Africana pintando dicas de proteção da COVID-19. Foto: MINUSCA /Screenshot
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou na terça-feira (18) que escreveu aos Estados-membros da OMS, instando-os a aderir ao COVAX, mecanismo projetado para garantir o acesso rápido, justo e equitativo a vacinas contra a COVID-19 em todo o mundo.
"Embora haja um desejo entre os líderes de proteger primeiro seu próprio povo, a resposta a essa pandemia deve ser coletiva", disse ele.
The COVAX Global Vaccines Facility é o pilar da Aceleradora ACT (Acesso às Ferramentas COVID-19) – uma iniciativa lançada em abril com o objetivo de otimizar a produção de vacinas e outros medicamentos para tratar a COVID-19 e torná-los disponíveis para pessoas em todos os lugares.
O COVAX é operado pela Gavi, Aliança para Vacinas, pela Coalizão de Inovações de Preparação para Epidemias (CEPI) e pela OMS, junto com fabricantes de vacinas multinacionais de países em desenvolvimento.
Segundo o consultor sênior da OMS, Dr. Bruce Aylward, o COVAX trabalha para garantir que o maior número possível de países coopere no desenvolvimento, aquisição e distribuição de vacinas contra a COVID-19.
O consultor sênior da OMS informou também que os termos deste dispositivo estão sendo finalizados, e destacou que mais de 170 países – representando cerca de 70% da população mundial – já indicaram que desejam aderir ao mecanismo ou manifestaram interesse.
"Esperamos uma resposta firme dos países até 31 de agosto", afirmou ele.
Prevenindo o ‘nacionalismo vacinal’
Nesta terça-feira (18), havia mais de 21,7 milhões de casos da COVID-19 em todo o mundo, incluindo mais de 771.000 mortes.
Tedros explicou os obstáculos logísticos que a OMS enfrentou no envio de equipamentos médicos que salvam vidas para países em todo o mundo nos últimos oito meses, à medida que a demanda por máscaras médicas, aventais e outros equipamentos de proteção individual (EPI) aumentava.
Embora fatores como lockdown, colapso no transporte aéreo e restrições à exportação afetassem a fabricação e distribuição de EPIs, Tedros relatou que também houve vários casos em que suprimentos médicos importantes foram requisitados para uso nacional.
"O abastecimento nacionalista prejudicou a pandemia e contribuiu para o fracasso total da cadeia de abastecimento global", afirmou o chefe da OMS.
"À medida que novos diagnósticos, medicamentos e vacinas são lançados, é fundamental que os países não repitam os mesmos erros", disse ele, acrescentando que "precisamos prevenir o nacionalismo da vacina".