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Foto do escritorOdir Pedroso

Advogado alerta: Violência contra as mulheres tem se intensificado, não se cale!

Devido a pandemia do novo coronavírus vítima e agressor passam a conviver juntos por mais tempo, logo, as agressões aumentaram


Advogado Eduardo Monteiro



Para Eduardo Monteiro, advogado e defensor dos direitos das mulheres, a violência contra a mulher não é um problema que emerge na pandemia. Na verdade, é um antigo problema no Brasil e no mundo. A título de ilustração, segundo suas últimas pesquisas a fontes que transformam este drama em números, a Organizaçao das Naçõs Unidas, só no ano de 2019, 17,8% das mulheres em todo o mundo sofreram violência física ou sexual. Ou seja, aproximadamente 1 em cada 5 mulheres foi violentada por alguém do seu vínculo afetivo só no ano passado. Em paralelo, no Brasil, no ano de 2018, mais de 500 mulheres foram agredidas por hora, sendo que 76% dos agressores eram conhecidos da vítima, podendo ser um companheiro, ex companheiro ou vizinho. Dentre as múltiplas manifestações que a violência contra a mulher pode tomar, certamente a violência doméstica é uma de suas facetas mais cruéis e mais presentes na vida social.

Violência doméstica é qualquer manifestação de abuso físico, psicológico, patrimonial e/ou emocional que um membro de uma família sofre no núcleo familiar. Esse abuso tem como objetivo a manutenção do poder de determinado membro. De acordo com a definição em si, a violência doméstica pode ter como vítimas homens ou mulheres, mas então, por que a associamos diretamente a mulheres? Isso acontece porque são elas as principais vítimas dentro do lar. Como demonstra o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em 2017 foram registrados 193.482 casos de lesão corporal contra a mulher em âmbito doméstico, significando uma denúncia a cada 3 minutos.

A violência doméstica contras as mulheres é cruel porque praticada dentro de casa, e a casa é – ou deveria ser – um refúgio, um lugar em que as pessoas se sentem seguras. Ela é cruel, também, por ser praticada por familiares ou por pessoas que possuem, de alguma maneira, relações íntimas de afeto com a vítima. Mais do que triste, é perverso pensar que uma das violências que mais afeta a mulher brasileira tem como pano de fundo um contexto que deveria significar, antes de mais nada, segurança, e não incertezas e medo. Este cenário já era a realidade do cotidiano brasileiro em um contexto anterior à chegada da Covid-19.

Com a adoção das medidas de distanciamento social, preconizadas pela Organização Mundial da Saúde, temos as mulheres sendo obrigadas a conviverem com seus agressores 24 horas por dia, 7 dias na semana. E sim, estar em casa com seu companheiro pode ser o local mais perigoso para uma mulher. Desta maneira, intuitivamente, já se esperava aumento de casos de violência doméstica porque o isolamento leva ao aumento do tempo de exposição da mulher com seu agressor.

Sabendo desses dados e que há muitas mulheres sofrendo, o advogado Eduardo orienta que é importante buscar o apoio familiar, pois muitas vezes a mulher se quer consegue sair de um relacionamento abusivo, informar um amigo ou parente de confiança do que está acontecendo e também buscar apoio psicológico profissional, aumentando assim a possibilidade de poder trazer uma luz no fim do túnel para quem vive este drama.

Por fim, para ajuda psicológica, para saber dos seus direitos e para ter sua queixa levada aos devidos órgãos competentes a mulher deve ligar para o numero 180, é gratuito válido em todo território nacional e também em outros 16 países. E o mais importante que ao ler estas informações neste mês especial de combate a violência contra as mulheres, que elas jamais se esqueçam, que não merecem nada menos do que amor e respeito.

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