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Foto do escritorOdir Pedroso

Covid se espalha entre profissionais da saúde e segurança de Dourados

São 331 novos servidores infectados no município nos últimos 30 dias e 5 mortes no total. MS tem 1.500 casos

Por: Valéria Araújo/Progresso

Dados da Prefeitura de Dourados apontam que em um mês 331 novos casos de Covid-19 entre servidores da saúde e segurança pública foram diagnosticados. No comparativo com o mês anterior o aumento foi de 169%. O levantamento leva em conta relatório do último dia 22 de julho e 22 de junho; ambos com dados dos últimos 30 dias.

O mesmo relatório mensal aponta ainda para um aumento no número de casos descartados. No dia 22 de junho eram 83 contra 498 em 22 de julho, levando em conta os últimos 30 dias de cada uma das datas relacionadas. Os relatórios da Prefeitura não revelam o número total de profissionais infectados com a doença. No total o município registra 5 mortes entre servidores da saúde.

Já dados da Secretaria de Estado de Saúde revelam que 1547 profissionais da saúde em Mato Grosso do Sul são casos confirmados de coronavírus. Os números são alarmantes e mostram os riscos existentes para os trabalhadores da linha de frente.

"São auxiliares técnicos e enfermeiros; médicos e fisioterapeutas. Desde colher material para o teste até o momento da alta hospitalar, são eles que estão diuturnamente em contato com os pacientes infectados, são eles também, os mais propensos a se contaminar e levar para fora do hospital a Covid-19". É o que destaca a diretora-presidente do Hospital Regional, Rosana Leite de Melo. Na unidade hospitalar, que é referência no tratamento da pandemia no Estado, já são 29 profissionais infectados.

A preocupação é também do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende. "Todos os dias eu afirmo que iremos colher o resultado do não cumprimento do isolamento social por parte da população sul-mato-grossense e agora estamos aqui com esta situação lamentável. Os heróis da saúde precisam da colaboração de todos e, por isso, não me canso de dizer: fiquem em casa para que quem precisa trabalhar nessa guerra consiga fazer isso com um pouca mais de tranquilidade".

Para controlar o desfalque na Saúde o Governo do Estado autorizou como plano de contingenciamento o aumento no número de horas extras para os profissionais de saúde, que passam de 60 horas por mês, para 90 horas. Um dos profissionais necessários nessa pandemia para atuar na linha de frente, o fisioterapeuta, atua praticamente em todo processo da doença. Ele é o responsável pelo monitoramento do paciente que utiliza a ventilação artificial, bem como de sua recuperação durante e após o uso do ventilador mecânico.

O fisioterapeuta Renato Silva Nacer, presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da décima terceira região (Crefito13), relata que Mato grosso do Sul tem aproximadamente 10 profissionais da linha de frente infectados no Estado. Nacer afirma que hoje o profissional de fisioterapia precisa que a população proteja o profissional de saúde. "A prerrogativa de um conselho de classe é fiscalizar o exercício profissional para proteger a população. Hoje, nós precisamos que a população se cuide para proteger os profissionais da saúde que estão lá, ralando para salvar vidas", enfatiza.

O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed) traz outro dado preocupante: só em Campo Grande, 222 médicos que estão com a doença. O presidente da entidade, Marcelo Santana, apela pela conscientização da população. "A situação se agravou consideravelmente. Vários casos novos, isolamento muito baixo. Temos que ter distanciamento social mais responsável, novas restrições devem ser estabelecidas amplamente. No último final de semana a cidade estava funcionando normalmente, tudo lotado. É importante e necessário o apoio da população às medidas de prevenção e combate definidas pelo Ministério da Saúde e outras autoridades sanitárias. Deve haver um engajamento efetivo de toda a sociedade nessas ações de prevenção, devemos lembrar que todos corremos o risco, e fazer a nossa parte pode salvar a vida de muitos", pontua.

Com os enfermeiros a situação também é alarmante, Mato Grosso do Sul tem 24 profissionais com suspeita de Covid-19, 28 confirmados em quarentena e 13 recuperados. Do total de 67 profissionais infectados em Mato Grosso do Sul, 57 são mulheres, sendo que 80% tem entre 20 e 50 anos.

Brasil é o que mais mata enfermeiros

O coronavírus tem matado enfermeiros no Brasil em maior número do que em qualquer outro lugar do mundo com o avanço da pandemia no país. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) diz que existem mais de 17 mil enfermeiros infectados com o covid-19 que, segundo o conselho, representam quase 40% do número global de casos. No total, houve 70 óbitos, sendo um em MS.

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