Justiça bloqueia R$ 190,3 milhões de Puccinelli e mais 19
A 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande autorizou o bloqueio de R$ 190,3 milhões em bens do ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (MDB) e mais 19 delatados em acordos de colaboração premiada de diretores do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. A decisão atende pedido do Ministério Público do Estado (MPMS) com base em um inquérito da Operação Lama Asfáltica.
Além de Puccinelli, foram denunciados André Puccinelli Júnior, André Luiz Cance, João Amorim, Elza Cristina Araújo dos Santos, João Paulo Calves, Jodascil Gonçalves Lopes, Mirched Jafar Júnior, João Baird, Antônio Celso Cortez, João Maurício Cance e Ivanildo da Cunha Miranda. Também ficam indisponíveis bens das empresas Proteco Construções, Instituto Ícone de Ensino Jurídico, Gráfica e Editora Alvorada, Gráfica Jafar, PSG Tecnologia Aplicada, Itel Informática, Mil Tec Tecnologia da Informática e Congeo Construções.
Narra o MPMS na ação que os citados receberam vantagens ilícitas por agentes públicos e políticos, entre os anos de 2007 a 2015, pagas pela JBS, e como contrapartida, a empresa tinha direito a benefícios fiscais concedidos pelo governo do estado, na época comandado por Puccinelli. Essas vantagens representaram de 20% a 30% dos benefícios fiscais.
Além desse método, o grupo também recebia doações oficiais para campanhas eleitorais, em dinheiro em espécie ou notas fiscais emitidas sem prestação de serviços, isto é, notas frias, por pessoas jurídicas indicadas por Puccinelli, apontado como chefe do esquema criminoso. Os intermediários do então governador junto à JBS foram Ivanildo Miranda até 2013 e André Luiz Cance de 2014 a 2015.